Há um ano atrás resolvi me aventurar a caminhar por essas areia
Essa praia imensa que não se vê o fim… Senti um medo sem tamanho quando me vi sozinha naquela imensidão. Mas não podia voltar. Tinha mais medo de voltar ao lugar de onde saí.
Sem opções, fui com medo mesmo.
Da Liberdade
E foi desse medo que emergiu o sentimento mais intenso que tive a oportunidade de experimentar nessa minha breve existência.
Me entreguei. Caminhei de olhos fechados e braços abertos.
Em minha mochila levava água, duas bananas, o dinheiro do ônibus e um celular de bateria descarregada.
Da Gratidão
E não me senti mais sozinha. E o medo foi pra um lugar qualquer e se aquietou.
Caminhavam comigo todas as pessoas que me fortalecem, que me tem em seu rezo.
Da Despedida
Ontem caminhei novamente. Dessa vez lentamente e de olhos abertos.
Senti na pele a areia, o vento, o sol.
Senti os sons.
Senti as cores, o movimentos.
Senti os cheiros.
E deixei meu até breve.
Agradeci pelo medo intenso. Foi ele que me libertou e me disse, baixinho no ouvido: “vai!” E to indo. Pra um lugar desconhecido. Vou conhecer outros medos, é certo.
Mas vou com medo mesmo!